Se todas as pessoas fossem iguais deixariam de existir diferenças? Ultimamente perco-me na perplexidade das atitudes. Não sei. Cada dia que passa uma nova coisa surge, uma nova coisa me deixa a pensar na anormalidade de todas as outras coisas que podem, ou não, fazer sentido para mim. Acredito que nem tudo é o que parece e que, às vezes, por mais que queiramos tornar real tudo o que não é palpável, se torne um bocadinho difícil e, aparentemente, inatingível... Nem sempre é fácil lidar com tudo aquilo que está à nossa volta, com tudo aquilo que nos acontecesse ou que não acontecesse mas que queríamos que tivesse acontecido... À primeira vista pode não fazer sentido, mas faz! Sentido... O que é o sentido? É aquilo que nós atribuímos a algo. Mas e se atribuirmos sentido a alguém, fará sentido? Apesar de às vezes termos a, fantástica, tendência em usar as outras pessoas não o devíamos fazer. Logo, não faz o mínimo sentido. Somos todos cheios de aparências e de fachadas, mas na hora em que se destapa a obra de arte, o que vemos? Nada. Um vazio, tão vazio, que nem ar possui. E somos todos tão fúteis e tão parvos. Estamos sempre à espera que o mundo gire por nós, que as horas passem devagar ou depressa consoante os acontecimentos... Achamos sempre que o mundo vai acabar de uma hora para a outra quando partimos uma unha ou quando pomos uma nódoa na gravata. Continuamos a ser todos tão fúteis. Esquecemo-nos da fome no mundo e da pobreza, porque isso são apenas assuntos de quem não tem mais nada em que pensar... Deixamos para trás aquele pedinte ou aquela mulher que, a todo o custo, nos tenta impingir um vazo completamente inestético para a decoração da nossa sala de estar, quentinha e confortável. Somos todos tão fúteis. Mais cedo ou mais tarde as nossas futilidades vão mudando e vão ficando para trás todas as coisas que, a bem ou a mal, fizemos. Vamos ver e perdemos esta ou aquela pessoa e, passado uns tempos, vemos que já perdemos um grupo delas... Dizemos, então, que a nossa vida social está Out. Começamos a ver os problemas a amontoar e as futilidades a diminuir. Apercebemo-nos que estamos cada vez mais sozinhos no nosso mundinho que até à instantes era tão perfeitinho. A solidão é a pior coisa que podemos sentir... E quando pensamos nisso lembramo-nos da jarra e da mendiga... Lembramo-nos de que um dia poderíamos ser nós a querer vender uma obra de arte qualquer para puder comprar o pão que enche a barriga. Estaremos a dramatizar? Não sei. Mas as realidades existem por toda a parte do mundo. E mesmo sabendo que elas existem não fazemos nada para as mudar. Vivemos centrados no que nos rodeia, mas apenas a parte respirável da situação. Porque o resto, o resto são assuntos para quem não tem mais nada em que pensar. Mas e se um dia tudo mudar? Aí todos os assuntos são assuntos e todos os pensamentos existem para que pensemos neles...
Nenhum comentário:
Postar um comentário