As voltas que tudo dá...

O telemóvel começou a vibrar. Olhei-o e no visor estava escrito "anónimo". Por instantes esitei entre atender ou não... Não costumava atender chamadas anónimas por más experiências do passado... Mas, naquele momento cá dentro do peito havia algo que me dizia para atender... Adenti. Do outro lado uma voz masculina surgiu. "Estou, quem fala?" "Já nem me reconheces a voz?" "João?" "Sim, sou eu". E por momentos fiquei gelada a tremer, pedtrificada por aquelas palavras, por aquele momento. Pensei não ser real, mas era. Tivemos a conversa que não pensei que fossemos ter tão depressa. Deu para resolver a acertar algumas coisas. Deu para matar saudades da tua voz... Do teu jeito de falar... Pelo menos deu para me fazer sorrir um pouco e para me acalmar. Consegui sentir-me melhor. Antes de adormecer, passou-me pela cabeça (e algures pelo coração) querer saltar a 2ª feira da minha semana. Trazia-me recordações que não eram as melhores... Mas hoje... Hoje, ainda bem que não a pude apagar... Conseguiste fazer-me sorrir (por momentos) como sorria à 3 semanas atrás... Foi um surpresa que nunca pensei que fosse acontecer... Apareceste lá (e fizeste-me acreditar que não estavas lá), sorriste-me e abraçaste-me daquela maneira tão confortável, segura e forte... Por momentos tive a necessidade de sentir que aquilo estava mesmo a acontecer (o tal balde de água fria...). Estar ali contigo hoje (mesmo sabendo que não foi como antes...) foi sentir e saber que nada mudou a não ser o nosso estado civil de comprometidos a solteiros... Ainda me olhas como antes e eu ainda te sinto como antes. E a cada toque teu em mim, a cada abraço e a cada brincadeira o meu coração pulava e batia e havia uma data de turbilhões de qualquer coisa aqui dentro... Ainda existe aquilo que eu tinha medo que já não existisse: o sentimento. O nosso sentimento. E hoje a força cá dentro cresceu. E não foi a força de seguir em frente. Foi a força de esperar por ti o tempo que for preciso...