quinta-feira, 21 de maio de 2009

Book

















Estás páginas já estão gastas. Estas letras já foram lidas.
E esta música de fundo, agita, numa brisa sonora, todas estas sensações.
Não me recordo ao certo de quantas vezes estive presentemente presa neste déjà vu.
Apenas sei que foram as vezes necessárias para gastar estas páginas e estas letras...
Para que este CD esteja riscado e, instantaneamente, soluce nos compassos...
Estas lágrimas, também, já tingiram as páginas amareladas com tinta negra e desbotada.
E, por vezes, eu não sei o que foi mais negro... Se as lágrimas ou tinta...

O tempo foi passando, e eu, ainda guardo comigo, religiosamente, este livro.
Porque todas as histórias, mesmo que repetidas e gastas, não deixam de ser histórias.
E porque todos os sentimentos e momentos nelas contidos, ainda me movem dia após dia.
Silenciosamente, olho-o e sei que será sempre o meu refúgio.
Que me posso fechar, prender e enclausurar dentro daquela capa dura.
Que posso ficar, como se fosse esse mesmo livro, esquecido e poeirento, numa prateleira.
Mas eu não quero e não posso.
Então, fecho o livro.
Arrumo-o num lugar não esquecido, onde eu o possa ver sempre.
(Nunca se sabe quando vou precisar de fugir para lá, novamente...)
E, por momentos, penso se isto será o que eu preciso fazer:
Fechar o livro e, deixar-me ao relento de toda esta vida, que me obriga a querer ficar dentro dele.
Então, volto a retirá-lo da prateleira.
Insanemente, as minhas mãos, tremem pela inconsequência dos meus actos.
Coloco-o em cima da mesinha, na varanda, onde bate sempre a luz do Sol
(Mesmo quando chove muito por aqui...)
E abro-o.
Porque um livro aberto, é muito mais fácil de ser decifrado!


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