sábado, 24 de novembro de 2007

★ Cheiros de quase Natal.

Não me apetece escrever, não me apetece dizer nada, não me apetece fazer nada. Não, não estou triste nem mal. E não, também não estou feliz nem bem. Simplesmente estou. Vagueio entre pensamentos e porquês. Estou frágil. Quebro facilmente. Os maus momentos passaram, passam sempre. Os bons momentos ainda não chegaram. Irão chegar? Não sei. Não existem certezas. E estou estou pra aqui a contar os minutos e as horas a passar virada para o relógio. Malditos ponteiros que não giram e que já me trocam os olhos. Solta-se um suspiro profundo e sentido que formou aquela nuvem branca no ar. Está frio. Estamos quase a entrar no Inverno. A chuva faz-se sentir lá fora e ouve-se nos vidros da janela. A música está desligada para que possa contemplar a chuva. É sempre bom ouvi-la e ver como ela cai. Na minha mão tenho a caneca de leite quente com chocolate que me faz aquecer por dentro. Debaixo do cobertor ainda estou um pouco fria e trémula. Mas sabe bem. Nostalgia de fim de Outono. E ali fico, assim, horas a fio. É boa a sensação que predomina.
Nesta época já se vêm as pessoas na correria do costume. Lá fora já as luzes estão acesas, as montras enfeitadas, as ruas decoradas. As pessoas passaram da manga curta e do chinelo à gola alta e chapéu de chuva. Mudança repentina. Sente-se a azafama das compras e dos presentes e começa a loucura das crianças.
Desde à uns anos para cá que esta época não tem o mesmo significado... Deixa-me triste, chorosa e nostálgica. Sentem-se as saudades, as perdas e as ausências. Sente-se a falta de quem já não volta e de quem está um pouco mais distante. E são tantas as recordações. Com o passar dos anos o significado importante dos presentes deu lugar ao significado importante das pessoas.
Enfim, cheiros de quase Natal.

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