Vagueio em pensamentos. Pensamentos cujo seu conteúdo é vazio. Vazio como barcos que transportam sonhos irreais. Meus pés estão descalços sobre a relva húmida. Sinto-a entre os dedos. É uma sensação boa. As estrelas brilham no céu escuro da noite. Está escuro. Desta vez não sinto o medo desse mesmo escuro. Não o sinto, porque já senti medos maiores, medos maiores que o do escuro. Contemplo as estrelas e o seu brilho. Vêem-se bem esta noite. Não há nuvens no céu e as luzes da cidade estão distantes. Sinto-me a andar em círculos sobre a relva, e já meia zonza por dentro e por fora, deito-me na relva olhando o céu. Continuo vagueando em pensamentos. Desta vez, não estão vazios, antes pelo contrário, estão cheios. Cheios de todas as coisas que me assombram e que me fazem perder o rumo de mim mesma e de tudo aquilo que me rodeia. E o vazio? Esse sinto-o cá dentro de mim. Não, não desapareceu só porque saiu dos pensamentos. Simplesmente mudou de lugar. À minha volta posso sentir aqueles aromas da noite e de relva, do meu perfume e de ti. E de ti? Mas tu não estás lá, como posso eu sentir o teu aroma? Maldito odor, maldita sensação. Não deveria ser possível lembra-lo. Fitando o infinito céu, vislumbro uma estrela cadente que rasga o céu de uma ponta à outra como que se quisesse ser contemplada. Também tu a viste? Provavelmente. Fechei os olhos, pedi um desejo. Desejei que esse desejo fosse levado pela estrela. Reabri os olhos. Não conseguia pensar em nada. Cantei baixinho aquela música que nos fazia sorrir. Aquela que hoje me faz chorar. Senti uma lágrima cair pela face. E senti um friozinho trazido pela brisa da noite. Foi como se um beijo teu estivesse enxugando a minha lágrima. Era estranho sentir tudo e não sentir nada ao mesmo tempo. Levantei-me de modo a sentar-me. Abracei-me a mim mesma o mais que pude, na tentativa de um conforto ou de um mimo que necessitava. Mas os meus braços não tinham capacidade para isso. Os teus sim, eram fortes e originavam abraços confortáveis que me mimavam. Recordo-me de ter recordado naquele instante um outro instante, nosso. Outros instantes nossos. E aí, voltou aquele nó interior que nunca chegou a desaparecer, mas que às vezes era atenuado por algo que não sei explicar. Comecei a chorar. Das lágrimas aos soluços não foi necessário um passo de mágica. Transbordei de sensações, emoções e momentos. Ninguém entende. Nunca ninguém entendeu ou sequer o quis fazer, nem nunca ninguém entenderá. Dizem-me todos os dias coisas que para mim não encaixam. Coisas como “Vai passar, sempre passa.”, “Dá tempo ao tempo.”, “Ergue a cabeça e segue em frente.”. Caramba, porque é que ninguém entende? Porque acham que é assim tão simples e tão fácil? É assim tão incompreensível? Tento não reagir mal quando se lembram de o dizer. Mas interiormente revolto-me. Serei assim tão estranha? Ou para as outras pessoas é tudo demasiado fácil? Não compreendo. Nunca ninguém o sentiu? Espero que nunca o sintam. Podem não compreender-me, mas prefiro isso do que que o sintam. Enxugo as lágrimas com as mangas da camisola suave. Acalmo-me a mim mesma. Inspiro a quantidade máxima de ar que os meus pulmões conseguem conter. Prendo-o por instantes cá dentro. Deixo a lufada sair em liberdade, segundos mais tarde, em tom de limpeza. Volto a deitar-me na relva, vazia de mim mesma. Minutos mais tarde, novamente, vazia de pensamentos. E fico ali, até que passe outra estrela cadente, ou que passe o vazio.
Oh querida...Se soubesses como eu sei cada bocado, cada terco dessa dor...E o que faço as minhas amigas?Digo o mesmo que vai passar e etc...Mas eu mesma me revoltava quando pronunciavam essas palavras, quando com voz fria diziam: Oh pah caga nele!Ja tas obsecada por ele...E sabes, doía muito, maxucaba muito...Porque quem Ama sabe o que é esta dor...por isso hoe eu aprendi a dizer as minhas amigas, que chorem pelo Amor perdido...mas qe não deixem de viver por ele como eu deixei...Desperdiçando tanto tempo da minha vida...Para ele hoje, se revoltar por estar ao lado de outra pessoa...E diz-me Valeu a pena?Ñ sei, acho que não, mas as vezes acho que sim...Porque me fez aprender...Aprender que as pessoas so valorizam a outra quando a sabem mesmo que perderam...E ele hoje sabe que me perdeu, e que acabou com uma história que poderia ter tido um final Feliz, mas Felizmente deu lugar a outra...Porque eu acredito que esteja tudo escrito...e que se tivers que ficar mesmo Com o João tu vais ficar...
ResponderExcluirNão fiques tristinha que parte o coração a qualquer um...
Beijo bom*