Bastou uma noite, que de mágica pouco teve, para mudar uma realidade habitual. Dei por mim embasbacada, olhando-te. Embaraçada de pensamentos e de algumas memórias presentes. Fitava-te tentando passar despercebida. Observei cada gesto teu, cada passo que deste. Não, não era obcessão, era admiração. É tudo tão teu, tão proprio, tão inconfundivel. Sempre assim foi... Dou por mim sonhando acordada, sorriso no rosto e uma lágrima no canto do olho, querendo cair. Sou invadida pela inercia das emoções. Passou mais de um ano e a luta continua. Um vai e vem constante que mantém tudo num chão que treme e foge. E é tão forte... Se me pedissem para te descrever não saberia exactamente o que dizer, pois tu és indiscritivel... Consegues ser extraordináriamente maravilhoso e extraordináriamente detestável... Mas é isso que te faz ser o que és para mim. As brigas, as pseudo-discussões, os mimos, as palavras de algum carinho e amizade subentendidas, a luta que me dás... Não teria piada se assim não fosse... O que não tem piada é esse mundo em que te fechas e não me deixas entrar... Esse que tem portas blindadas e muros altos. Mas mesmo assim, eu aguardo que me abras as portas... Sendo certo ou errado, eu sei que mereço a minha oportunidade... Sendo certo ou errado, eu sei que vale apena esperar e ser paciente... Não sei se vou ter a felicidade avassaladora ou a mágoa mais dolorosa, mas agora quero viver isto, com todas as forças que tenho e as que não tenho, até ao dia em que acordar e disser para mim mesma que já não quero mais isto... Não tenho garantias, não te tenho a ti. Só me tenho a mim e às vezes falho-me... Ás vezes findo-me...
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