quinta-feira, 20 de março de 2008

★ O mesmo de sempre

Já era previsível. Mais cedo ou mais tarde chegaria a altura em que tudo se comprovaria, em que tudo voltaria a acontecer como sempre acontece, a altura em que se comprova que nada mudou e que tudo continua tão previsível como antes...
O medo sempre fora constante, sempre estava presente, como que me avisando do que viria a seguir... Tentei ignora-lo e isso fez-me ignorar tudo o resto... Até hoje eu não consigo compreender, até hoje ninguém consegue compreender o porquê das esperanças e das palavras ditas em vão... Mais valia que nunca nada tivesse acontecido, que nunca nada tivesse existido, que nunca tivessem havido palavras e gestos que me iludissem e agora me desiludissem... Mais valia que nunca tivesses cruzado o meu caminho ou pelo menos que tudo fosse da maneira que é... Não vale a pena, nunca valeu...
Quero ir embora daqui. Mais do que nunca quero ir embora, quero sair deste espaço minúsculo onde te sinto... Quero ir para bem longe... Quero esquecer tudo, tudo. Quero nunca mais voltar... Se é para isto, quero simplesmente não existir... Quebrei e não suporto a ideia de tudo isto... Não suporto...
Tenho a plena consciência de que tenho que me aguentar sozinha, como sempre. Mais uma vez, esperando que um dia te voltes a lembrar da minha existência e que tudo volte a acontecer novamente... Que me iludas e desiludas num tão curto espaço de tempo. Que me faças voar e me tires o chão debaixo dos pés. Tu não percebes, nem nunca perceberás... Tu não sabes, tu não sentes... Nunca soubeste nem nunca sentiste o que é isto... O que vai aqui dentro e que dói. Que atenuará e que ficará na memória, até que, um dia, tu voltes a ir buscar tudo novamente.
Tal como tu mesmo me disseste: talvez um dia tenhas sorte!.. E eu burra, estarei aqui...

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