segunda-feira, 14 de abril de 2008

★ Pendurado, de trás da porta da entrada

Não sei que caminho procurar, que caminho seguir. Só não quero ficar aqui com estes sentimentos a consumirem-me, com estes pensamentos a manipularem-me, com estas imagens a torturarem a minha mente e o meu coração.
Não sei se te sinto longe ou se te sinto perto, mas a questão é que te sinto como sempre senti. Desafias o meu lado ternorento e o meu lado "agressivo", fazes-me adorar-te e odiar-te em simultâneo como se isso fosse tão natural como o vento que sopra.
Chego a um ponto em que, simplesmente, tudo me passa ao lado e se acumula cá dentro... Posteriormente sei que isso vai fazer-me chegar à exaustão e transbordar bruscamente. Vai fazer-me explodir e gritar e chorar como se o mundo me tivesse fugido por entre os dedos das mãos e eu tivesse, simplesmente, deixado. E culpo-te sem hesitar um só segundo.
Quero tirar-te de mim, deixar-te pendurado atrás da porta da entrada, caído no esquecimento da existência e do tempo que passará. Quero que lá fiques e que lá te vás. Que sejas a recordação a que, de vez em quando, vá sacudir o pó acumulado pelo tempo e pela indiferença da presença, sem que haja qualquer possibilidade de me voltar a picar nos espinhos cravados no coração, magoando-me e sangrando, novamente.

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