
A porta castanha e baça era visível.
Estava bem à minha frente.
Cá de fora, o sol batia nela soltando reflexos e padrões que, inconscientemente, eu interpretava.
Do outro lado o que haveria?
Não sei.
Escuro ou colorido?
Céu ou abismo?
Teria de rodar a maçaneta e fazer mover as pernas e os pés até travessar o horizonte.
Naquele momento apercebi-me que o desconhecido me assusta de certa forma.
Mas as inercias vão ser superadas pelas minhas forças intrínsecas.
E é então que me despeço do que fica para trás.
Solto algumas lágrimas pelas recordações, pelos momentos, pelas pessoas, por mim...
Mas, chegou a altura de fechar mais uma porta e abrir uma nova..
Novos horizontes.
Novos caminhos.
Novos sonhos.
Novos eu's.
De mão firme, abro a porta.
Os pés estão oscilantes.
Tenho a sensação que cambaleio.
Dou o primeiro passo.
Atravesso a porta.
Não olho para trás.
Uma brisa, suave e fresca, faz a porta fechar-se, atrás de mim, sem eu ter a hipótese de hesitar..
Caminho vagarosamente.
Vejo o infinito e é lá que quero chegar.
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