quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Mesmo em dias de chuva
Andamos perdidos no tempo e em nós, esticamos a corda que nos amarra ao passado e nem percebemos o quanto, ainda, dói viver em momentos que já passaram.
Retrato-me, sentada, de lágrimas a correr pela face, perdida em mim mesma, tentando aguentar a dor, sustendo a respiração e a desejar que o nó que tinha na garganta e no coração, simplesmente desaparecessem... Desejei morte e vida, desejei desaparecer do meu mundo e adormecer para sempre, esquecida e ausente.
Era insuportável toda esta sensação de ardor em cada pedaço de tempo que tocava. A cada minuto, mais um pedaço de tudo desabava e, era certeiro em mim. Mais uma mágoa para juntar à minha lista inesgotável...
Aquele canto escuro e frio era o meu abrigo.
Estava despida de alma e de vida.
Fraca, frágil, quieta, desesperada...
Só queria um fim. Para a dor, para os medos, para mim...
Um dia, em vez de querer desaparecer, desejei que apenas o meu mundo fosse embora para que, eu pudesse construir outro, novo. Em que cada pedaço era apenas meu, sensível e frágil, mas existente.
Ergui-me do fundo das profundezas numa subida tão medrosa e dolorosa que parecia não ter fim. Dia após dia, era uma luta constante. Era mais do mesmo.
O céu estava sempre nublado e o tempo era frio...
Mas, um dia, tudo mudou, inesperadamente.
Tinha conseguido escalar por mim, pelas profundezas, pelas profundezas onde me enterrei até não ter mais fundo para onde ir e, já conseguia ver um raiozinho de sol sobre o mar...
Fino e quase invesível...
Mas existente!
Era tempo de mudanças....
Era tempo de erguer a cabeça e enfrentar.
E aos poucos, tudo foi ficando mais calmo, mais limpo, mais completo. Os fantasmas fugiram, os medos foram enterrados, os obstáculos ficaram para trás e o sol... O sol podia vê-lo todos os dias.
Finalmente, podia sorrir.
E desde aí, sorrio sempre, mesmo em dias de chuva...
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Escreves tão bem =')
ResponderExcluirAhaha, sentimentos <3