domingo, 15 de março de 2009

(Ir)real ?
































Ouvi, ao longe, não nitidamente, uns passos vagarosos.
E, repentinamente, senti oscilações no meu mundo.
Serás tu?
Será que encontraste o caminho de regresso?
Parecia tudo irreal, mas não.
Ao fundo, um vulto, caminhava na minha direcção.
Ainda não estava perto, mas já lhe ouvia os passos...
Levantei-me numa ânsia ofegante de palavras e de gestos.
Aceleradamente, sentia-me presa em mim e livre dos grilhões do mundo.
Eram sentimentos simultâneos, inercias controversas de coisas que não se explicam com palavras.
E tu continuavas a caminhar para mim.
Não aguentei e corri, corri para ti, para os teus braços...
Olhaste-me como da primeira vez.
E eu, senti-te como sempre te sinto.
Tremi.
O teu toque, o teu cheiro, tu...
Seria realmente tudo real?
Estaria mesmo a acontecer?
Sim, realmente estava a acontecer.
O meu mundo, vagarosamente, voltou a rodar em oscilações compassadas com o coração.
E eu amei-te.
Amei-te como se ama, verdadeiramente, alguém...
Sem receios e sem medos.
Num silêncio em unisono numa melodia só nossa.
E adormecemos num sonho, conjunto, em que o meu corpo e teu se tornaram um só...

Acordei, ainda atordoada de momentos.
Procurei-te.
Mas, tu já não estavas lá.
Chorei, chorei, novamente, uma nova ausência tua.
Porquê?!
Eu dei-te o meu coração.
E tu, guardaste-o e levaste-o contigo.
Mas, comigo, só deixaste as fotografias espalhadas pelo chão.
Momentos aprisionados em pedaços de papel que acorrentaram a minha alma.
Exijo o meu coração de volta!
Mas eu não sei quando voltas.
Não sei se voltas...

E, lentamente o meu mundo voltou a parar...
E eu, continuo aqui...



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