domingo, 22 de março de 2009
Partida
Madrugada acesa de estrelas nubladas.
De onde contemplo tudo aquilo que vivo, agora.
Com o passar dos dias não consigo perceber se tudo se torna mais fácil ou mais difícil sem ti.
Estou aqui, como uma vela acesa, cujo o pavio está prestes a chegar ao fim.
Eu amo-te como nunca amei.
E, mesmo que eu tente enganar-me, imaginando que tu não o sabes, já não consigo arranjar mais desculpas que me façam desculpar-te.
Apercebo-me que amar-te só, não chega...
Na verdade nunca chegou.
Apercebo-me que me esgotei e que estou exausta.
Não consigo continuar a lutar por um sentimento que só eu sinto.
Um sentimento que tu estás a matar a cada instante que marca o meu tempo (perdido).
E mesmo que isso me arda na pele e me magoe o coração, eu não me posso (des)iludir mais...
Nem contigo, nem comigo.
Tu, ausentaste-te do mundo e de mim,
Fugiste para um refugio de antepassados presentes onde eu não existo.
Estão a transbordar de memórias e de sentimentos, por isso, já não há espaço para mim...
Mas, eu também não quero ser o teu passado, quero ser o teu presente.
Mas não posso.
Talvez um dia, quando o teu tempo acelerar, eu faça parte do teu passado-recente.
Mas serei sempre um passado...
Agora, deixaste-me num presente que não consegues viver.
E hoje, já nem a tua sombra, lá permanece.
Fizeste as malas e partiste.
E, aos poucos e poucos eu sinto-te a partir...
De mim!
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