terça-feira, 23 de junho de 2009
Anguish
Ninguém entende esta angústia porque só eu a posso sentir.
Define-me e indefine-me descompassadamente.
E, de repente, tudo o que tremia, desmoronou.
Este abandono magoa-me.
E ninguém entende mesmo que eu explique.
É um grito repleto num vazio oco.
É um aperto que sufoca desmedidamente, cada vez mais desmedidamente, perante o tempo que não passa.
Então, acendo um cigarro, e deixo-me consumir.
A nicotina percorre-me.
Mas esta angústia é mais mortífera e não se transforma em cinza...
E eu fico ali, horas a fio, sentada.
Como se eu própria estivesse a ser consumida por tudo isto...
Como se o meu cérebro estivesse, mortalmente, em cinza.
E quando estou prestes a apagar-me, tu entras.
Loucamente, percorres o espaço com o olhar, numa ânsia que eu não sabia existir em ti...
Dirigiste-te a mim.
Beijas-me.
Sentas-te na minha frente, sem desviares o olhar.
Silêncios depois, confrontas-me, com a tal pergunta do meu sufoco.
E eu desabo em ti.
Olhas-me, como se não soubesses que, também eu, quebro.
Como se descobrisses que, também eu, desmorono, e choro e não sorrio.
E então eu chorei.
E tu deste-me a tua mão.
E eu percebi que não estava só.
- "Eu não posso dizer que sei o que isso é. Mas eu sei que tu consegues."
Disseste-me tu, ao passares a tua mão na minha face, limpando-me uma lágrima caída.
E eu soube que, também tu, não entendias...
Mas não faz mal!
Apertei a tua mão, como se o meu silêncio te agradecesse.
Olhei-te nos olhos e, levemente, sorri.
E aí tu entendeste....
Eu sei que sim.
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Prefiro 'Lanfal'.
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