Ás vezes achamos que tudo pode ser perfeito e que tudo pode resultar porque nos conhecemos e achamos que tudo encaixa perfeitamente na nossa realidade. Achamos que conseguimos e alcançamos. Outras vezes, por ironia do destino ou por conta propria, não achamos nada, não conseguimos nada. Já voei por entre a nuvens e toquei as estrelas, já aterrei bruscamente na realidade umas quantas vezes seguidas e doeu. Se doeu. Muito mesmo e profundamente. Acho que ainda dói e ainda sangra inconscientemente. Já visitei outras galáxias e já ardi na lava das profundezas. E continuou a doer intensamente. Agora, tenho os pés na terra. Tenho um medo paralizante e poderoso. Não sei voar, não sei explorar, não sei sonhar. Apenas sei que não quero aterrar e queimar novamente. Não consigo sair deste labirinto em que me perdi e em que me deixaste perder. Não tenho forças para avançar. Sinto-me uma criança indefesa num canto escuro do quarto com medo dos fantasmas reais ou imaginários. Cá dentro, em turbilhão, há sorrisos ocultos e lágrimas contidas. Palavras que ficam sempre por dizer, esquecidas nos momentos que ficam sempre por viver. Não sei voar. Não tenho asas. Roubaste-mas e voaste com elas. Foste para o teu mundo, excluindo-me da tua realidade. Fechaste-me a porta e não a abres para mim. Sinto a tristeza de o saber e de o sentir. Ignorancia total de mim. Ignorancia total de ti. Necessidade de agnosia de uma vida onde as nossas realidades não são paralelas. Aterrei, por fim.
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