Às vezes achamos que conseguimos continuar em frente sem pensar ou sem dar espaço para esquecer e para viver o que faz doer e quem faz doer... Achamos que somos suficientemente fortes e autónomos e que faremos tudo sozinhos e melhor que outrem... Mas não, não é assim...
Não sei quem perdeu ou ganhou, não sei se te fez mais feliz tudo isto. A mim não!
Quis odiar-te profundamente, ignorar-te tão descaradamente ao ponto que tu percebesses à primeira, desprezar cada atitude e cada gesto daquele momento para a frente. Para quê? De que serviu? De nada, eu sei. Posso ter conseguido mostrar essa faceta fria e distante quando te enfrentava, mas, assim que te virava as costas, quebrava por dentro e por fora e desfazia-me em lágrimas. No silêncio, ecoava em mim, tudo o que te tinha tinha provido: cada momento, cada gesto, cada palavra, cada ausência, cada silêncio... Sinto a tua falta, a falta de quando tu eras parte de mim (pensava eu)... Odeio-me por isso... Porque deveria sentir indiferença perante a tua presença e a tua memória. Mas não consigo, não sei. Aprendi a viver contigo, mas não aprendi a viver sem ti, sem tudo aquilo que não tinha e queria ter e com o que tinha e não queria ter... Deixas-te um buraco no lugar do meu coração... Não consigo respirar, não consigo... Tenho um nó na garganta... Tenho um nó e não desata... Estou a sufocar... Por favor... Faz-me voltar a respirar!
Vai à Farmácia e compra uma bomba.
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