sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Metamorfoses...



Confio em todos os meus instintos e não tenho medo dos vendavais do Inverno. Sim, já não tenho medo! Ou melhor, o tempo encarregou-se de mostrar-me que o medo é só um pretexto para ficar quieta e escondida, preguiçosamente, no meu recanto, à espera que, lá fora, todo o meu tempo voasse sem que eu, activamente, participasse nele. Estava tão errada... Hoje, visto a mini-saia e deixo o sobretudo num caixote de doação mais próximo. O passado já lá vai, distante e desconhecido. E agora que o perdi, algures num tempo que também já passou, tenho pena de não ter guardado todos aqueles momentos num álbum. Não porque os queira reviver, mas quem sabe, recordar! Afinal, eles foram as pedras sobrepostas que me fizeram ascender ao topo do que sou agora. Foram elas que construíram a ponte entre o que fui e o que sou. E todos aqueles pedregulhos são demasiado consistentes para deixar a ponte cair, agora. Já lá vai o tempo em que os murros caíram todos os dias e, os pedaços rochosos se desfaziam em poeiras dispersas levadas pelo vento...

As borboletas também sofrem metamorfose. E eu passei de uma simples minhoca dependente na terra, para me movimentar, a uma borboleta que voa pelo céu e sente a brisa. Mas, a minha metamorfose ainda não acabou... Um dia também irei morrer! Mas mesmo assim não deixarei de brilhar... Serei um pó que irá para o céu transformar-se numa estrela. Uma estrela brilhante.
Agora que ganhei este brilho em mim, nunca mais deixarei que ele, simplesmente, se apague...


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