
Ele, que já nem conseguia engolir a bola de batatas fritas que tinha na boca, olhava-a. Ela era tão bonita, tão bonita que ele não sabia como era possível ela ter reparado nele. Afinal ele era só mais um empresário trintão, desajeitado e divorciado.
Olham para o relógio, numa pausa entre o transe, e percebem que estão completamente atrasados. Dirigem-se ao depósito dos tabuleiros que, curiosamente, era o mesmo. Meu deus, era agora, finalmente... Ele cede-lhe a vez. Ela desajeitada deixa cair o copo no chão. Baixam-se para o apanhar e, ele pousa a sua mão em cima da dela. Meus deus, que toque! Sentem-se corar e arrepiar pela sintonia. Sorriem. Ele, em tom nervoso e gago, diz-lhe olá e vão até à porta do centro comercial num diálogo sem nexo. Acabam por trocar os números de telemóvel, num impulso. Despedem-se e cada um segue o seu caminho.
Mais tarde, ela pensa que ele provavelmente nem lhe ligará. Afinal ela nem sabia o seu nome. De repente, o telemóvel toca. Instintivamente ela atende-o sem olhar para o visor. Do outro lado, uma voz sensualmente masculina convida-a para beber um copo mais tarde num bar calmo. Ela aceita. Sim era ele. Que apesar de ter hesitado umas dez vezes, pegou no telefone e ligou-lhe. Ela não lhe saía da cabeça.
Encontram-se. Nervosos. Ansiosos. A conversa desenvolve-se. O toque surge naturalmente. Ele seduzi-a e ela, fingindo não perceber, deixa isso acontecer... Mais tarde, leva-a a casa. Ela convida-o para um café. Ele sobe. Explora o cheiro e as cores daquela casa tão feminina. Meu deus, como ela é perfeita - pensa ele. Ela traz-lhe o café e de repente ele fita-a como que se tentasse adivinhar os seus pensamentos. Aproximam-se. Ele agarra-a pela cintura e puxa-a para si, aperta-a suavemente nos seus braços e beija-a. Como ele queria fazer isto desde o primeiro minuto em que a viu. A atracção entre eles é demasiado forte para pararem... Vão da sala ao quarto e do quarto à sala e exploram o T0 o mais possível... A roupa fica espalhada pela casa... E aqueles corpos nus satisfazem as suas necessidades. Completam-se pedaço a pedaço, toque a toque, sentido a sentido...
Até que ambos caíram exaustos nos chão.
Horas mais tarde, ele acorda. Sonha acordado com tudo o que havia acontecido... Como era boa aquela sensação. De repente, como que magicamente horrível, é assombrado pelos fantasmas do passado! Oh não, mais uma vez as malditas memórias! Levanta-se em silêncio para não a acordar. Veste-se. Deixa-lhe um bilhete rápido em cima do lençol e saí.
De manhã, com o sol a entrar pela janela, ela acorda. Procura-o e não encontra. Olha pela casa na esperança que ele ainda lá estivesse, mas não estava. De coração acelerado, avista o bilhete...
"A loucura de uma noite pode tornar-se mais lúcida de dia... Não sei se foi só ontem ou se será para sempre. Não sei porque os meus fantasmas não me o dizem. Adeus. John."
As lágrimas caem-lhe pela face, mais uma vez, como sempre.
Horas mais tarde, ele acorda. Sonha acordado com tudo o que havia acontecido... Como era boa aquela sensação. De repente, como que magicamente horrível, é assombrado pelos fantasmas do passado! Oh não, mais uma vez as malditas memórias! Levanta-se em silêncio para não a acordar. Veste-se. Deixa-lhe um bilhete rápido em cima do lençol e saí.
De manhã, com o sol a entrar pela janela, ela acorda. Procura-o e não encontra. Olha pela casa na esperança que ele ainda lá estivesse, mas não estava. De coração acelerado, avista o bilhete...
"A loucura de uma noite pode tornar-se mais lúcida de dia... Não sei se foi só ontem ou se será para sempre. Não sei porque os meus fantasmas não me o dizem. Adeus. John."
As lágrimas caem-lhe pela face, mais uma vez, como sempre.
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