domingo, 3 de janeiro de 2010

Note number two























Devo ter-me perdido algures entre a eloquência e as palavras.
Esta sintaxe não faz sentido em mim.
A história está incompleta e ainda há tantas páginas para preencher.
O ponto final repetiu-se tantas vezes que se tornou em reticencias de tantas suposições sobre mim.
Tu não sabes, ninguém sabe, da insanidade que olhar no vazio e ver tudo.
Tão nitidamente, à transparência, de actos que ficaram por acontecer.
Não me sigas os passos, perdidos, não quero perder-me contigo.
Sem ti, tudo sempre foi melhor.
O ar cheira-me a mofo dos anos que passaram por mim.
Não consigo suportar este odor a recordações, memórias e momentos.
A sonhos e a ti.
Odeio tudo o que me recorda o sorriso que me roubaste (como quem rouba um beijo cheio de inocência).
Esta miséria não me abandona, nem no silêncio da noite, quando tudo parece tão mais calmo.
Tens o incenso de mim em pauzinhos que queimas, de vez em quando, para te libertar a consciência.
Mas nem isso te afaga a alma.
Nem isso me acaba a alma.
Por isso, deixa-me arder até ao fim, num sussurro que só tu ouves.
Queima-me!
Num grito que te irá enlouquecer até ao fim dos teus dias.
Porque os meus já acabaram.
Acabaram!

P.S. O pôr-do-sol é tão belo.


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